Como Família Teresiana, sinto alegria, esperança e desejo de continuar este caminho de partilha de experiências e significados, de buscas... para irmos construindo um outro mundo possível, com mais vida e igualdade de oportunidades para todas/os, de mulheres e homens.
Em Teresa de Jesus, Enrique de Ossó descobriu a capacidade da mulher na evangelização e transformação da sociedade... Art. 1 das Const.
Em nossos Documentos Teresianos há uma clara sensibilidade, consciência da importância da mulher e da questão de gênero, e o compromisso de continuar refletindo e avançando em ações concretas para educar-nos e educar mulheres e homens para construir relações de igualdade e reciprocidade.
Transformação, inclusão, igualdade, reciprocidade, capacidade, possibilidade...
Estamos unidas/os neste ideal teresiano, ideal de muitas/os mulheres e homens de nosso tempo e de outros momentos históricos, que entre luzes e sombras, dificuldades, possibilidades e esperança, se comprometeram e se comprometem com estas buscas e lutas por igualdade, pagando um alto preço para, hoje, testemunharmos algumas mudanças que já fazem parte de nossa vida e de nosso cotidiano.
Cremos nesta realidade mais humanizada e humanizadora, sonhada por Deus e por muitas/os mulheres e homens, por isso buscamos e nos comprometemos com a construção de um mundo melhor, novo, transformado, começando por nos mesmas/os.
“Educar-nos e educar mulheres e homens, construtores...”
COMO nos situamos em relação aos Documentos da Compañia sobre a igualdade de gênero?
Reconhecendo e agradecendo... - O interesse para refletir, aprofundar, intencionalmente, sobre este assunto tão central em nossas vidas de mulheres e homens; - o desejo e compromisso de trabalhar desde esta perspectiva na missão que nos toca, com grupos de mulheres e outros, de articular e se articular com grupos e movimento de mulheres.
Surpreendendo-me e com certo desconcerto de ver a falta de consciência e de interesse, por parte de algumas/uns da família, de ouvir afirmações que negam a realidade de discriminação, invisibilidade, falta de oportunidade das mulheres em todos os continentes, realidades, classes sociais, embora com as diferenças de cada contexto. Historicamente houve avanços inquestionáveis, mas ainda experimentamos e somos testemunhas do peso e discriminação da sociedade e organizações patriarcais. A Proposta Educativa Teresiana reflete algo dessa realidade: “A pouca ressonância desse tema é significativa. Alguma província comenta explicitamente que ainda não se fez uma reflexão de modo que possamos dizer que educamos com perspectiva de gênero, mas que se transmite uma ideologia tácita desde a cultura patriarcal...” (MS. 4)
Sentindo-me privilegiada pela oportunidade e processo de sensibilização, reflexão, aprendizado e engajamento desde esta perspectiva. Porque somos filh@s de nosso tempo e contexto, que possibilita ou dificulta as buscas de alternativas e de câmbios.
O que foi oportunidade do contexto que vivi e que abriu caminhos?
A participação no CEBI – Centro de estudos Bíblicos, desde 1984. Trata-se de uma organização ecumênica que pretende fazer uma leitura bíblica desde... a realidade dos/as empobrecidos/as e de suas buscas, da pesquisa bíblica atual e de uma nova hermenêutica. Partindo da realidade, dando um fundamento científico e metodológico, evitando, assim, uma leitura fundamentalista. Unindo a Palavra e Vida, pois Deus se revela na história e Jesus veio e vem para que todos/as tenham vida em abundância. Jo. 10,10
A participação nas CEBs do Brasil e no MEB, Movimento de Educação de Base, que possibilitou trabalhar com o povo e com as suas organizações populares. Foi num contexto de luta pela democracia e superação da ditadura militar no Brasil, realidade que assolou o nosso continente americano.
A Campanha da Fraternidade de 1990: Fraternidade e Mulher. Mulher e homem: Imagem de Deus. Promovida pela Conferência dos Bispos do Brasil, durante a quaresma. Foi um tempo forte para tomar consciência e reconhecer a realidade da mulher, e de buscar alternativas para construir um mundo mais igualitário.
Participação, promoção e organização de grupo de mulheres, e tudo que implica de formação, articulação e produção alternativa, para a promoção das mulheres e superação da pobreza e exclusão.
Nos últimos cinco anos, a vida e a missão estão pedindo outros modos de participação e implicação, criatividade e novos caminhos...
O Projeto Mulheres que Tecem a Vida: O CIT de educadores/as e os Encontros de Angola e Costa Rica, além de outros, são novas oportunidades para continuarmos aprofundando e buscando novos caminhos e modos para ir construindo relações de reciprocidade, inclusão e igualdade de oportunidades para as mulheres e para todos/as.
Neste tempo de crise que nos toca viver como mulheres e homens de fé, discípulas/os de Jesus; desejamos escutar a Palavra e a Realidade, deixar-nos questionar e comprometer-nos, especialmente com as/os mais pobres e frágeis, as mulheres...
Deus habita o nosso mundo, está entre nós e caminha conosco. Façamos a nossa parte... para que todos/as tenhamos mais vida.
As conclusões do CIT de Educadores/as, Educamos Educando-nos, sugere...
· Implementar acciones concretas de trabajo y formación de la mujer, la coeducación, la reconstrucción… y el trabajo en la educación afectivo-sexual.
· Profundizar y educar en la equidad de género, para nuevas relaciones de reciprocidad, desde el reconocimiento y valoración de la dignidad de cada persona.
· Hacer explícito y evidente nuestra POSTURA. Reflejar nuestra opción por la equidad intencionadamente. Construir reflexión desde lo que vivimos, vemos, sentimos…
· Sistematizar el proyecto de Mujeres que tejen vida en nuestras obras.
. Uso de uma linguagem inclusiva em todas as nossas ações.
. Realização de projetos de promoção e desenvolvimento...
· ……………… continuemos o camino….
· ……………… continuemos o camino….
Estamos nos preparando há muito tempo para este ENCONTRO, porém a participação no foro, não havia sido possível até agora. Tentarei me organizar para continuar partilhando, na medida do possível. Obrigada pela vossa reflexão e participação. Aprendemos neste processo.
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